Em 2023, o Brasil registrou o maior superávit da balança comercial de sua história, atingindo a marca de R$ 98,8 bilhões. No entanto, esse feito vem juntamente com um recorde nas exportações de matérias-primas e produtos primários de baixo valor agregado. Em 25 dos 27 estados brasileiros, as commodities foram os produtos mais exportados.
O principal produto exportado foi a soja, representando 16% de todo o valor comercializado pelo Brasil, com R$ 53,2 bilhões em vendas e 101,8 milhões de toneladas exportadas.
Além da soja, o Brasil conquistou o primeiro lugar nas exportações mundiais de milho, ultrapassando os Estados Unidos. Esse avanço se deu principalmente pelos altos custos e dificuldades de produção no EUA, bem como resquícios da relação comercial conturbada entre o ex-presidente Donald Trump e a China.
Na safra de 2023, os Estados Unidos representaram cerca de 23% das exportações globais de milho, enquanto o Brasil conquistou quase 32%, com 57 milhões de toneladas exportadas. A previsão é que, somente em janeiro de 2024, sejam exportadas cerca de 3,73 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
A liderança nas exportações de commodities, com a soja e o milho em destaque, deixa evidente a necessidade de buscar estratégias para agregar valor aos produtos brasileiros no mercado internacional, tornando a busca por diversificação e valorização dos produtos exportados um imperativo para consolidar um crescimento sustentável e resistente às flutuações do mercado global.